Património Etnográfico
A construção do Castelo de Paderne pela comunidade Almóada, na 2ª metade do séc. XII, surge perante o avanço das hostes cristãs em direção ao Algarve, obedecendo a uma necessidade político-militar pré-estabelecida.
A sua implantação entre a serra e o mar garantiu-lhe um grande valor estratégico.
O Castelo tinha associado uma pequena comarca, com uma possível linha defensiva e um povoamento rural que se estendia ao longo da atual várzea de Paderne.
Um dos elementos mais marcantes da paisagem é o sistema de regadio composto por diversos engenhos hidráulicos (noras, Poços, fontes, acéquias, minas e knat´s) em que a íntima relação morfológica entre as acéquias e os limites dos campos surge uma construção datada da época islâmica.
Os caminhos dentro do parcelamento rural respeita o traçado das acéquias (levadas ou canais de irrigação), permitindo assumir que datam também do período islâmico.
A travessia da ribeira e da levada era feita, ou através de passadiços em madeira, nas margens altas da ribeira, ou através de pequenos açudes em pedra seca, com um alinhamento de pedras uniformizadas, utilizadas para passadiço (margens baixas).
As novas práticas agrícolas introduzidas, sobretudo a partir de finais do séc. IX têm origem no Oriente (Síria e Egipto) e implicam uma disciplina de rega independente do regime pluvial. De entre os produtos cultivados, destacam-se os melões, as melancias, as beringelas e as abóboras.
Nos regadios islâmicos, todo o espaço hidráulico, qualquer que seja a sua complexidade, foi desenhada na sua estrutura funcional de toda a hidráulica tradicional. A articulação do ponto de captação, o traçado e a pendente das regueiras, a localização das cisternas de regulação e de provisão, tudo era previsto antes da construção efetiva do espaço. Só após a resolução técnica da articulação dos engenhos é que se fazia a divisão dos campos, ação marcada pelas referências culturais da formação social de quem as criou.
Paderne
Visitável / Não Visitável: Sim.
Acessibilidade: Pedonal, bicicleta ou automóvel (em tempo invernal poderá não ser possível fazer a travessia a vau).
Acessibilidade a mobilidade reduzida no local, se a ribeira não tiver caudal.