As notícias que dão conta da existência de diversas sepulturas pré e proto-históricas na plataforma onde se implantou esta pequena aldeia constituem prova irrefutável da antiguidade da ocupação humana neste local. A este facto não será seguramente alheia a boa capacidade agrícola dos solos e alguma facilidade na captação de água, circunstância rara na orografia ocupada pelo povoado  que, correspondendo ao topo de uma proeminente elevação, lhe conferia também uma posição relevante na transição entre o interior serrano e a zona do barrocal. Em dias sem grande nebulosidade é mesmo possível avistar a orla litoral, revelando-se um soberbo miradouro natural que, aliado a uma estrutura urbana relativamente preservada e bem cuidada, fazem da aldeia um agradável lugar de visita.

O exíguo aglomerado urbano é composto por um casario modesto que respeita a arquitetura rústica de tradição algarvia, estruturando-se em torno de um único arruamento pavimentado com calçada. Na franja norte do serro, um pouco afastado do principal núcleo habitacional, ergue-se um antigo moinho de vento com um anexo correspondente à casa do moleiro, um conjunto recentemente reabilitado para habitação particular e que reforça o testemunho de uma ruralidade que, ainda hoje, marca este território.