Para celebrar o Dia Mundial do Turismo e das Jornadas Europeias do Património, que este ano tem como tema o património sustentável, o aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, em parceria com os respetivos Município do território, organizaram várias atividades com o objetivo de dar a conhecer o projeto Algarvensis e o seu património, não só no âmbito do património natural, nomeadamente a sua geodiversidade e biodiversidade, mas também no seu espectro cultural e monumental.
Assim, em Silves, no âmbito das Comemorações do Dia Mundial do Turismo, representantes das associações e coletividades deste concelho, aceitaram o convite, e no passado dia 24 de Setembro, visitaram vários locais do território do Aspirante a Geoparque Algarvensis, como a Ribeira de Enxerim, Vale Fuzeiros, Torre e Pico Alto, numa saída de campo que teve por objetivo apresentar aquelas coletividades o território geoparque onde se inserem, e desta forma melhor compreenderem as sinergias que poderão estabelecer entre a sua atividade e o projeto Algarvensis.
Nesta visita, foi possível entender que o território permite-nos compreender vários capítulos da história do Planeta Terra, através das histórias gravadas nas suas rochas e paisagens. Para além das características geológicas do território, foi também destacada a importância da flora existente e a riqueza da biodiversidade que é necessário preservar, e que tem a geodiversidade por substrato.
Os participantes ficaram assim a conhecer melhor o Aspirante Geoparque Algarvensis, um projeto estratégico de desenvolvimento sustentável que, tendo como base o património natural e cultural, pretende dar nova vida a este território, preservando-o, valorizando-o e tornando-o num destino mais atrativo para viver, visitar e investir.
Ainda no dia 24 de Setembro, mas no concelho de Loulé, foi realizado um passeio pelo campo de lapiás da Varjota. Nesta atividade, aberta ao público em geral, os participantes ficaram a conhecer mais sobre as magníficas estruturas cársicas, como os lapiás e algares, que embelezam a paisagem do barrocal do Aspirante a Geoparque Algarvensis, e puderam caminhar por entre estas rochas formadas num antigo mar tropical do tempo dos dinossauros.
Já no Domingo, 25 de Setembro, foi a vez de se realizar uma caminhada no Percurso Pedestre PR4 ABF – Planalto do Escarpão, concelho de Albufeira. Tratou-se de um caminha interpretada, também aberta à população em geral, num percurso que decorre na zona NE do Planalto do Escarpão, um dos 10 principais geossítios do Algarvensis, e o único local no sotavento do Algarve, onde é possível observar a sequência completa dos sedimentos acumulados no Oceano Tethys no Jurássico Superior, o qual deu origem ao Oceano Atlântico Central. Os participantes ao longo da caminhada puderam compreender e recriar os diversos ambientes marinhos que o território passou ao longo destes 161,2 milhões de anos, ao observarem as evidência geológicas e paleontológicas deixadas gravadas nas rochas.
A 27 de Setembro, o dia em que se celebra propriamente o Dia Mundial do Turismo, foi a vez de dar a conhecer o território Algarvensis aos alunos do Curso Profissional de Técnico de Turismo, da Escola Secundária de Albufeira. O programa incluiu visitas a Vale Fuzeiros, onde os alunos tiveram oportunidade de compreender a formação de Grés de Silves, a geomorfologia do local, e algum património cultural, como a Necrópole da Forneca. Já na Aldeia da Aldeia da Penina, foi possível explicar o dinamismo cultural que foi criado em torno do projeto Algarvensis, através do evento Geopalcos: Penina em Festa, já que é o local onde foi descoberto o Metoposauro Algarvensis, o elemento internacional da candidatura do Algarvensis a Geoparque Mundial da UNESCO. A vista prolongou-se pela Rocha da Pena, Aldeia de Paderne, e terminou com visita ao Castelo de Paderne e Planalto do Escarpão.
Um dia em cheio para os alunos do curso profissional de técnicos de turismo, que tiveram a oportunidade de compreender como valores patrimoniais geológicos e culturais podem ser convertidos em recursos turísticos, e com a devida salvaguarda, valorização, informação turística e interpretação, podem ser estruturados em produtos turísticos e agregados à oferta turística num novo produto, o geoturismo.