FAQs / Perguntas Frequentes
O aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira a Geoparque Mundial da UNESCO, é uma área territorial com limites bem definidos, que possuindo um património geológico de grande relevo a nível nacional e internacional, alia uma estratégia de geoconservação e um conjunto de políticas de educação e sensibilização ambiental, à promoção de um desenvolvimento socioeconómico sustentável baseado em atividades de geoturismo, envolvendo as comunidades locais contribuindo para a valorização e promoção dos produtos locais.
Um Geoparque pertencente à Rede Mundial de Geoparques da UNESCO tem de ser um território geograficamente coeso, que contenha sítios geológicos de reconhecida importância nacional e internacional, valorizados nas suas vertentes de proteção, desenvolvimento sustentável, educação e cultura, e que as suas linhas de ação fundamentais estejam ligadas ao desenvolvimento sustentado e sustentável do território, o envolvimento das comunidades locais, sendo um projeto de todos e para todos, devendo:
Conheça aqui as obrigações fundamentais dos Geoparques UNESCO
Em Portugal existem cinco Geoparques Mundiais UNESCO, contando com a mais recente entrada, na sequência da aprovação da candidatura do Geoparque da Serra da Estrela, em 2019, a par de Terras de Cavaleiros, Açores, Arouca e Naturtejo.
Em julho de 2020, a UNESCO aprovou 15 novos Geoparques, e a extensão de um já existente, e assim, a rede global de geoparques totalizam 161 em 44 países.
Conheça aqui quais são os Geoparques e Países integrados na Rede Global de Geoparques.
Ser um Geoparque UNESCO, significa que esse Geoparque está integrado na Rede Mundial de Geoparques UNESCO (Global Geoparks Network), a qual foi estabelecida em 2004 através de uma parceria entre a UNESCO e a União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS), e tem por objetivo distinguir áreas naturais com elevado valor geológico, nas quais esteja em prática uma estratégia de desenvolvimento sustentado baseado na geologia e em outros valores naturais ou humanos.
Sendo o Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, já aspirante a pertencer a esta rede mundial de Geoparques, também tem em implementação uma proposta de desenvolvimento territorial alicerçado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Conheça aqui as normas de participação nesta estratégia. (link para as normas de parceria)
Mais informação sobre a Rede Mundial de Geoparques UNESCO
A primeira fase para a obtenção do selo da UNESCO, provem da submissão da respetiva candidatura, sendo que o Geoparque terá já de estar implementado há pelo menos um ano. Após a entrega do dossier de candidatura, a mesma terá de ser aprovada pelo Conselho de Geoparques Mundiais da UNESCO, e para isso haverá ainda uma visita de inspeção ao território por parte dos auditores da Rede Global de Geoparques UNESCO. Deste modo podem confirmar se a estratégia de desenvolvimento territorial implementada está de acordo com o indicado no dossier de candidatura, para submissão a parecer final ao Conselho Executivo da Agência das Nações Unidas. Este processo, que vai desde a elaboração do dossier de candidatura, submissão da mesma e obtenção do respetivo selo, poderá demorar cerca de dois a três anos.
No entanto, para a manutenção deste selo de qualidade, o território do Geoparque terá de manter todos os pressupostos que estiveram na base da obtenção do selo UNESCO, e assim para a respetiva confirmação, o território será auditado de quatro em quatro anos, para que a Rede Global de Geoparques possa reavaliar se as premissas que estiveram na obtenção do selo se mantêm.
Conheça mais sobre as regras para a manutenção do selo de Geoparque UNESCO
O aspirante a Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira tem a norte como limite os concelhos de Almodôvar, Ourique e Mértola, a este, Faro, São Brás de Alportel, Tavira e Alcoutim, e a oeste, os concelhos de Lagoa, Portimão e Monchique, ocupando uma área total de 1.381 km2.
A sul, o território do Geoparque situa-se no Barrocal, podendo ser considerada a maior parte dos locais como limite sul, a Estrada Nacional 125 (apesar de não ser em si o elemento encontrado para essa definição, mas sim as unidades geológicas que nesta área pertencem ao período Jurássico e Cretácico).
Veja aqui o mapa do território do aspirante a Geoparque Loulé-Silves-Albufeira
No território do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, destacam-se dez geossítios em todo o território, sendo que um deles é de âmbito internacional, a Jazida do Metoposaurus algarvensis, na Penina, e outros nove de âmbito nacional ou regional, entre eles, a Rocha da Pena também na Penina, Discordância Angular, no Pirinéu, a Falha Tectónica de São Marcos-Quarteira, o Complexo vulcano-sedimentar, na Torre, a Formação “Grés de Silves”, em Vale Fuzeiros, a Mina de Sal-Gema, na Campina de Cima, o campo de Megalapiás da Varejota, a Fonte Benémola e o Planalto do Escarpão.
Conheça aqui em pormenor os principais geossítios do Geoparque
O património geológico é a expressão inter-geracional da geodiversidade, enquanto bem comum da humanidade. A geodiversidade poderá ser definida como a variedade de elementos rochosos, minerais, fósseis, falhas, dobras, formas de relevo e sequências sedimentares ou de solo, conjuntamente e em inter-relação com os processos naturais e ativos, como por exemplo, a erosão e os deslizamentos.
O conceito de geossítio aplica-se aos elementos do património geológico que constituem uma ocorrência de reconhecido valor científico, face à restante envolvente, podendo contudo apresentar mais do que um tipo de importância, nomeadamente didática, cultural ou estética.
O termo geossítio é o mais atual e comum, tendo substituído as designações de “geomonumento”, “local ou sítio de interesse geológico” ou “geótopo”.
Os geoparques não estão ainda regulamentados na legislação nacional, e assim o aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira não impõe nomeadamente a preservação e salvaguarda do Património Natural.
Os geoparques estão sujeitos à legislação de cada país. Atualmente, em Portugal, os geoparques são considerados figuras supranacionais, de acordo com o Decreto-Lei 142/2008 que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e onde não são feitas restrições.
O território do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira ocupa uma área de 1.386 km2, o que representa cerca de 1/3 do total da área do Algarve, estendendo-se desde a Serra ao Barrocal, pelo que apresenta uma grande diversidade de locais e geossítios a visitar.
Conheça aqui as rotas, percursos, geossítios e património natural e cultural que pode visitar no Geoparque.
O conceito de geoturismo que o aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira pretende promover é o preconizado na Declaração de Arouca (2011): « [… ] o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes. O turismo geológico assume-se como uma das diversas componentes do geoturismo.»
Assim, entende-se por Geoproduto, uma nova oportunidade de negócio, que combina produtos tradicionais com abordagens inovadoras sob a chancela do Geoparque. Integra gastronomia e vinhos, artesanato, produtos agroalimentares, alojamento e experiências que permitam o usufruto do território de forma sustentada, combinando diversos serviços, com o objetivo de proporcionar uma visita ao território integrando as suas gentes locais e identidade territorial.
Ser Geoparceiro é participar num projeto ambicioso de transformação e desenvolvimento territorial e social, assim como contribuir para a sustentabilidade da região dentro do quadro dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das ONU, participando com iniciativas e ações no âmbito da sua atividade económica ou institucional, que permitam o incremento da identidade do território, a salvaguarda e valorização do seu património natural e cultural, bem como o desenvolvimento e consolidação do bem-estar das populações locais.
Conheça aqui as normas para ser Geoparceiro Algarvensis
O ano de 2015 ficou na história como o ano da definição da Agenda 2030 das Nações Unidas, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Agenda 2030 é uma agenda alargada e ambiciosa que aborda várias dimensões do desenvolvimento sustentável (sócio, económico, ambiental) e que promove a paz, a justiça e instituições eficazes.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável têm como base os progressos e lições aprendidas com os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, estabelecidos entre 2000 e 2015, e são fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo. A Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são a visão comum para a Humanidade, um contrato entre os líderes mundiais e os povos e «uma lista das coisas a fazer em nome dos povos e do planeta.»
Conheça aqui os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU
O logótipo Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira está registado e assim protegido pela legislação nacional, como propriedade do Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, podendo apenas ser usado pelos Municípios que integram o Geoparque e respetivas Entidades Parceiras e Associados do mesmo, devendo para esse fim cumprir as normas de parceria estabelecidas pelo Geoparque. Para utilização do logótipo fora deste contexto deverá sempre ser solicitada uma autorização específica e definida a forma de utilização do mesmo.
Conheça aqui as nomas de utilização do logótipo do Geoparque. (link para normas).
As condições de adesão a Parceiro do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira estão definidas nas normas para a concretização de parcerias e podem ser consultadas aqui.
Ser Parceiro do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira é preocupar-se com a sustentabilidade do território dentro do quadro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), participando com iniciativas e ações no âmbito da sua atividade económica ou institucional, que permitam um maior desenvolvimento e consolidação do bem-estar das populações locais, contribuindo de forma efetiva para a maturação de produtos turísticos integrados numa política de geoturismo.
São Parceiros do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira as entidades, instituições públicas ou privadas, singulares ou coletivas, com ou sem fins lucrativos, que acederam a este estatuto ao subscrever os compromissos que ficaram definidos na Carta de Compromisso de Parceria que estabeleceram com o Geoparque.
Conheça aqui a nossa lista de Parceiros
Conheça aqui a minuta da Carta Modelo de Compromisso.
A questão do afloramento dos calcários do barrocal algarvio pode ser dividida em três partes. Os sedimentos em si depositaram-se durante o período Jurássico (201.3–145 milhões de anos), no fundo de um Atlântico primordial. Porém, estas rochas acabaram soterradas pelos sedimentos que se depositaram posteriormente e só afloraram à superfície com o regime compressivo que se deu a partir do Cretácico Superior (100.5–66 milhões de anos).
Estas rochas destacaram-se dos terrenos em seu redor (sendo a Rocha da Pena um bom exemplo) através de processos de erosão que passaram a atuar principalmente a partir do Pliocénico Superior (3.6–2.58 milhões de anos).
Os fósseis mais relevantes encontrados no território são os do período Triássico (252.17–201.3 milhões de anos). O mais relevante é o do Metoposaurus algarvensis, um anfíbio semelhante a uma salamandra de 2-3 metros de comprimento que viveria em lagos e rios. Esta é uma espécie única deste território, e foi encontrada numa jazida na Rocha da Pena com dezenas de indivíduos.
Também se encontrou um fitossauro (Phytosauria), um réptil carnívoro semiaquático superficialmente semelhante a um crocodilo e que partilharia o seu habitat com os Metoposaurus. É o primeiro encontrado na Península Ibérica, também na Rocha da Pena.
Outro fóssil é o placodonte henodontídeo (Henodontidae), um réptil aquático superficialmente semelhante a uma tartaruga e que se alimentaria por filtração como os flamingos atuais.
De grande importância são também os calcários do Planalto do Escarpão do período Jurássico, onde se encontra uma apreciável concentração de fósseis de cefalópodes, gastrópodes, bivalves e corais, entre outros, e que são testemunhos do mar tropical que existia nesse período.
Segundo os dados disponibilizados no site do ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (https://geocatalogo.icnf.pt/), obtidos no âmbito do Atlas dos Morcegos de Portugal Continental 2013, ocorrem no território (aspirante a) Geoparque Loulé Silves Albufeira 11 das 25 espécies de morcegos presentes em território continental: Miniopterus shreibersii, Myotis blythii, Myotis daubentonii, Myotis escalerai, Nyctalus leisleri, Pipistrellus kuhlii, Pipistrellus pigmaeus, Pipistrelus pipistrellus, Rhimolophus hipposideros, Rhinolophus ferrumequinum e Rhinolophus mehelyi, sendo que as áreas alvo de monitorização do Atlas não cobrem, na totalidade, o território (aspirante a) Geoparque Loulé, Silves, Albufeira.
Relativamente ao lince-ibérico (Lynx pardinus) não detemos informação sobre a sua ocorrência no território (aspirante a) Geoparque Loulé Silves Albufeira, embora aquando das libertações na natureza, realizadas pelo Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI) localizado em Silves, possam permanecer ou ocorrer em parte da área abrangida pelo Geoparque.