Junto ao Açude da Estacada, construção feita no leito da ribeira para reter água para rega dos campos envolventes, pode-se observar uma paisagem ribeirinha com um ecossistema constituído pelo leito da ribeira, por onde água é drenada, bem como pela galeria ripícola, o corredor de vegetação ribeirinha que envolve o seu leito, numa extensão variável.

Na ausência de intervenção humana e dependendo da topografia e do substrato, a ribeira tende a desenvolver um percurso natural serpenteante e meandrizado, como resultado da erosão e da deposição. As margens tendem a ser irregulares e o declive pouco acentuado.

Com a intervenção humana nas linhas de água conduz a uma regularização e artificialização do seu leito e margens, processo que pode ser observado neste local.

As galerias ripícolas naturais da ribeira de Quarteira são galerias arbustivas dominadas pelo loendro, pela tamargueira e pelo tamujo. Nos solos mais profundos, ocorre o freixo.

A estrutura da vegetação ribeirinha natural encontra-se invadida por uma espécie muito comum em Portugal - a cana, uma espécie exótica originária da região mediterrânica oriental e regiões tropicais, com um comportamento de ocupação do habitat das espécies nativas, consumindo os seus recursos (água, solo e luz), e conduzindo à redução das populações autóctones ou mesmo à sua extinção. Em alguns troços da Ribeira de Quarteira esta espécie é a única ocupante da galeria ripícola.