A Estação da Biodiversidade da Ribeira de Quarteira é um percurso circular de 2 km, com 8 painéis informativos dispostos ao longo das margens da ribeira.
Nas proximidades da linha de água é possível observar vegetação ripícola nativa, como a tamargueira (Tamarix africana), espécie bastante útil na fixação das margens e o loendro (Nerium oleander) mas também a tão conhecida cana (Arundo donax), espécie exótica e invasora, considerada uma séria ameaça à manutenção da diversidade biológica nativa.
As encostas adjacentes são dominadas por matagais mediterrânicos densos e matos baixos calcários, onde se encontram várias espécies características como o tojo-do-sul (Genista hirsuta), espécie endémica da Península Ibérica, o carrasco (Quercus coccifera), de porte arbustivo, ou a erva-cavalinha (Aristolochia baetica), espécie hospedeira da borboleta-carnaval (Zerynthia rumina).
No outono e inverno, a paisagem é agraciada com tons de vermelho e preto, bagas produzidas por muitas das plantas e arbustos que aqui encontramos, fonte de alimento para diversas espécies de aves, insetos e mamíferos, como por exemplo a murta (Myrtus communis), a gilbardeira (Ruscus aculeatus), espécie outrora considerada ameaçada, encontrando-se por essa razão protegida por lei ou o jasmineiro-do-monte (Jasminus fruticans).
Durante o percurso são vários os agentes polinizadores passíveis de encontrar (e.g. abelha-do-mel; abelhão-terrestre), mas não se deixe enganar pela mosca-tigre (Eristalinus taeniops) que ao imitar a forma e padrão de uma abelha vai avisando os seus predadores como é perigoso tentarem caçá-la.
Destacam-se ainda, pela sua arte de camuflagem, duas espécies de louva-a-deus: o louva-a-deus-comum (Mantis religiosa) e o louva-a-deus-do-olho (Iris oratoria), podendo ambas as espécies apresentar coloração castanha ou verde. Devem o seu nome comum à postura que adquirem ao caçar com as patas anteriores dobradas e juntas como se estivessem a rezar, enquanto esperam, imóveis, pelas suas presas.