O Projecto Geoparque Algarvensis na plataforma de ciência-cidadã iNaturalist (em Portugal, Biodiversity4all) foi criado no dia 12 de Julho de 2024.
O iNaturalist, com a sua aplicação móvel associada, é uma plataforma que recebe as observações de qualquer pessoa que queira fotografar um ser vivo, descobrir a que espécie pertence e partilhar esta informação com a comunidade de cidadãos-cientistas. Conta já com quase 260 milhões de participações, um pouco por todo o Mundo.
Uma vez que este tipo de projectos funcionam como uma pesquisa gravada das observações já publicadas na plataforma, o projecto arrancou logo com 71 228 registos, 5201 espécies e 2026 observadores.
No seu primeiro ano, o projecto viu adicionados um pouco mais de 20 000 registos. No dia 12 de Julho do corrente, atingiu-se o número de 91 254 obervações.
Para além disso, foram ainda adicionadas cerca de 500 novas espécies, perfazendo um total de 5708 para todo o território do Geoparque, e juntaram-se ao projecto 700 novos observadores.
Para estes resultados contribuíram mais de 2700 pessoas, cuja lista pode ser consultada nesta ligação. Se já usa esta plataforma, procure o seu nome e veja o seu lugar no “ranking”.
Neste grupo de observadores, incluem-se os participantes dos dois Projectos Escolares Flora Algarvensis - Albufeira, nos Arrifes e no Escarpão. Estes foram levados a cabo com as Escolas Secundárias deste município, onde os alunos de duas turmas do 10º ano usaram os seus telefones para registar muitas das plantas do concelho, algumas delas endémicas do Algarve.
O GEOBlitz organizado pela Câmara Municipal de Albufeira em Junho, e com uma forte participação das escolas, muito contribuiu também para o projecto, tanto a nível de observações como do envolvimento de mais pessoas, especialmente alunos e professores, nos temas da biodiversidade.
Também a actividade de algumas associações de ambiente da região tiveram um impacto muito significativo no número de registos e de espécies, contribuindo para o sucesso do projecto.
O Geoparque Algarvensis tem uma situação privilegiada ao incluir três dos concelhos mais visitados do país. Muitos dos cidadãos-cientistas que publicaram as suas fotografias são visitantes no Algarve, portugueses e estrangeiros, que viram os seus registos automaticamente incluídos neste projecto, o que auxilia sobremaneira a divulgação da biodiversidade deste território, tanto no mar como em terra.
O projecto, neste seu primeiro ano, permite já atestar da forte participação e do grande interesse que a biodiversidade tem para um número crescente de pessoas.
Por outro lado, mostra que estas aplicações/plataformas de ciência cidadã têm um impacto muito positivo no processo de aproximar os cidadãos, mesmo os residentes em zonas urbanas, ao meio natural.
Finalmente, o Geoparque Algarvensis é um repositório inestimável de informação sobre a biodiversidade deste território, seguramente influenciada pela sua extraordinária diversidade geológica.
Mas este trabalho está longe de estar terminado. Antes pelo contrário, sabemos que esta área deverá contar com muitas mais espécies, de todos os grupos de seres de vivos. Por isso, esperamos conseguir reunir um número cada vez maior de observadores, residentes e visitantes, para conhecermos e protegermos cada vez melhor a diversidade biológica e geológica destes três concelhos.
Miguel Rodrigues