A Estação da Biodiversidade da Tôr é um percurso pedestre circular de 2 km, com 8 painéis informativos sobre a Biodiversidade, possível de ser observada pelo visitante ao longo do caminho, com particular destaque para as plantas e insetos, que são a base para a conservação dos ecossistemas terrestres.
Em pleno Barrocal algarvio, o percurso atravessa diferentes habitats, onde pequenas parcelas, divididas por caminhos e muros tradicionais, se organizam em mosaico, definindo uma paisagem que resulta da relação entre o Homem e da Natureza.
As espécies de flora que ocupam os campos, definem os insetos que por cá vivem, fornecendo alimento quer na fase larval quer no estado adulto, constituindo ainda verdadeiros campos de batalha entre presas e predadores (e.g. aranha-caranguejo Synema globusum e percevejo-assassino Rhinocoris iracundus).
A borboleta-zebra (Rhinocoris iracundus), nome que resulta das riscas pretas e brancas que apresenta nas suas asas, pode ser observada ao longo do percurso durante quase todo o ano, sendo o catapereiro ou pereira-brava (Pyrus bourgaeana), uma das plantas hospedeiras das suas lagartas. Da mesma família, temos a borboleta-carnaval (Zerynthia rumina) e a borboleta-cauda-de-andorinha (Papilio machaon), espécies emblemáticas e de fácil deteção quer pela sua dimensão quer pela coloração.
Destaque ainda para a borboleta-aurinia (Euphydryas aurinia), com presença confirmada nesta Estação e que, apesar de relativamente comum em Portugal, se encontra ameaçada na europa (incluída no anexo II da Diretiva Habitats), alimentando-se as suas lagartas da madressilva (Lonicera implexa).
Para além da típica vegetação do mediterrânico como o medronheiro (Arbutus unedo), o carrasco (Quercus coccifera), a oliveira (Olea europaea) ou a palmeira-anã (Chamaerops humilis), o percurso apresenta ainda um pequeno desvio de acesso à ribeira da Tôr onde a paisagem se altera em função da disponibilidade de água, permitindo a observação de espécies de flora características de zonas húmidas como o freixo (Fraxinus angustifolia) e a tamargueira (Tamarix africana) e da fauna libelinhas e libélulas, cágados-mediterrânicos (Mauremys leprosa) ou cobras-de-água (Natrix maura).