História Geológica
Esta ponte medieval atravessa a Ribeira da Tôr, que se estende através da Flexura do Algibre. Este elemento geomorfológico de orientação Este-Oeste representa uma falha geológica relevante, cujos movimentos controlaram a evolução e história geológica da Bacia do Algarve e, consequentemente, do Geoparque Algarvensis. A geometria actual da Flexura do Algibre é de uma falha inversa, de cavalgamento, onde o bloco de tecto da falha constituído por rochas calcárias mais recentes do Jurássico Superior (163 - 145 milhões de anos) sobrepõem-se pelo movimento da falha a rochas calcárias do Jurássico Inferior (201 - 174 milhões de anos) .
A Flexura, também conhecida como Falha de Algibre, é um componente estrutural crucial da Bacia do Algarve e não se limita a este ponto específico em Tôr. Ela atravessa o território algarvio de leste a oeste. Durante as fases distensivas do Mesozóico, esta estrutura desempenhou um papel de falha normal, com maior taxa de subsidência localizada no bloco sul da falha. Posteriormente, durante a inversão tectónica alpina da Bacia do Algarve no Cretácico Superior-Paleogénico, a Falha de Algibre funcionou como uma falha inversa, resultando na elevação do bloco de tecto. Devido a esses movimentos tectónicos, a Falha de Algibre colocou em contato, de forma simultânea, litologias do Jurássico Superior e Cretácico Inferior no bloco de tecto, com calcários dolomíticos do Jurássico Inferior. A falha é caracterizada por um vale estreito, com terraços fluviais do Plistocénico e injeções de evaporitos ao longo do plano da falha, como ocorre na pedreira de Milhanes.

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